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Notícia

Restituição no Simples Nacional: qual o prazo legal e como o contador deve atuar

Apesar do prazo legal de 60 dias, pedidos de restituição no Simples Nacional podem levar anos; contador tem papel essencial no processo.

A restituição de tributos pagos indevidamente ou a maior no Simples Nacional é uma prerrogativa legal prevista para empresas optantes por esse regime. No entanto, o cumprimento do prazo estabelecido pela legislação está longe de ser uma realidade para a maioria dos contribuintes, e é justamente nesse contexto que a atuação do contador ganha relevância.

Neste artigo, discutimos os principais aspectos técnicos sobre o prazo de restituição do Simples Nacional, os gargalos enfrentados no processo e o papel ativo que o profissional contábil deve assumir na defesa dos interesses do contribuinte.

O que caracteriza a restituição no Simples Nacional

O Simples Nacional, conforme estabelecido pela Lei Complementar nº 123/2006, prevê que, nos casos de pagamento indevido ou em valor superior ao devido, o contribuinte tem direito à restituição.

Isso pode ocorrer por erro de preenchimento da guia DAS, duplicidade de pagamento ou até por interpretações equivocadas de alíquotas e anexos. O pedido de restituição deve ser feito preferencialmente via Portal e-CAC, e o prazo legal para a devolução dos valores é de até 60 dias, a contar do protocolo do pedido.

A discrepância entre a norma e a prática

Embora a norma seja clara, a realidade operacional é desafiadora. Contadores relatam atrasos que ultrapassam amplamente o limite legal, com pedidos que permanecem sem resposta por meses ou até anos.

As causas mais recorrentes incluem:

  • Sobrecarga dos sistemas da Receita Federal;
  • Análises manuais e morosas;
  • Excesso de demandas sem capacidade proporcional de resposta;
  • Falta de padronização nos critérios de análise.

Essa morosidade compromete o caixa das empresas e reforça a necessidade de controle rígido por parte do contador quanto aos prazos e à documentação enviada.

Transparência e comunicação: os pontos críticos do processo

A ausência de informações claras sobre o andamento do pedido de restituição é um obstáculo adicional. O sistema da Receita não fornece atualizações precisas, e os canais de atendimento são, muitas vezes, ineficientes.

Isso exige do contador uma atuação mais ativa: registrando protocolos, mantendo histórico de comunicações e monitorando sistematicamente cada etapa do processo.

Como o contador pode (e deve) intervir estrategicamente

Diante desse cenário, algumas ações são essenciais para que o contador auxilie de forma eficaz seus clientes:

  1. Auditoria prévia de apuração: prevenir erros antes da emissão do DAS é o caminho mais eficiente para evitar a necessidade de restituição;
  2. Formalização técnica do pedido: garantir que a solicitação esteja acompanhada da documentação adequada e argumentos claros, de preferência com fundamentação legal;
  3. Monitoramento contínuo: acompanhar o status no e-CAC e manter o cliente informado, inclusive sobre os prazos legais e os riscos associados ao atraso.
  4. Registro no controle interno do escritório: manter uma base com os dados dos pedidos, prazos legais e posicionamento da Receita ajuda na organização e na atuação rápida, se necessário.
  5. Atuação em conjunto com jurídico, quando cabível: em caso de omissão da Receita ou extrapolação de prazos legais, é viável encaminhar o caso para medidas judiciais, como mandado de segurança ou ação de cobrança.

Conclusão

A restituição no Simples Nacional é mais do que uma obrigação fiscal, é um direito do contribuinte. Mas sua efetivação depende, cada vez mais, da atuação estratégica do contador.

Conhecer os prazos legais, dominar os procedimentos e atuar preventivamente são práticas que colocam o profissional contábil em uma posição de protagonismo na gestão tributária dos seus clientes. Diante de um cenário em que a morosidade é regra, é justamente a precisão técnica e o controle processual que farão a diferença.